A estratégia Atenção Integrada para as Pessoas Idosas, foi desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS)[1] para atender tanto as necessidades em saúde, quanto as demandas de uma sociedade que envelhece rapidamente e com expectativa de vida cada vez maior. Estima-se que até 2050, a proporção da população idosa com 60 anos ou mais, quase dobrará em relação ao ano de 2015 [2].
Portanto, a transição demográfica relativa ao envelhecimento populacional afetará todos os âmbitos sociais, e, por conseguinte, acarretará desafios para os sistemas de saúde. Uma abordagem visando à interface entre os sistemas de saúde e a atenção da população idosa se faz necessária, para garantir cuidados em saúde de qualidade, integrados e voltados para as necessidades das pessoas idosas [3]. Usualmente, as abordagens convencionais nos cuidados em saúde para essa população se concentram em condições exclusivamente médicas, tendo como foco o diagnóstico e o manejo dos mesmos.
A atenção à capacidade intrínseca da pessoa idosa em todo o sistema de saúde contribui para o bem-estar da população, em sua grande maioria. Ressalte-se que os profissionais de saúde não possuem treinamento e orientações para reconhecer e manejar a perda da capacidade intrínseca ao envelhecimento[4]. À medida que a população envelhece, há uma necessidade iminente de desenvolver novas abordagens integrais que abarquem intervenções para evitar a perda da capacidade intrínseca e promover o envelhecimento ativo e saudável e apoiar os profissionais de saúde [5].
O plano de cuidados personalizados consiste em uma abordagem que se afasta dos métodos tradicionais centrados na doença, assim, é importante que os profissionais de saúde envolvam a pessoa idosa na tomada de decisões acerca dos seus próprios cuidados e, desta forma, compreenda e respeite as suas necessidades, valores, e preferências [6]. Uma vez delineado, o plano de cuidados personalizado consiste em uma ferramenta apta a estabelecer metas práticas no cuidado centrado na pessoa idosa [7].
[1] Informe mundial sobre el envejecimiento y la salud. Genebra: Organização Mundial da Saúde (OMS); 2015 (https://apps.who. int/iris/handle/10665/186466, consultado em 2 de abril de 2019.
[2] Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais. World Population Ageing 2017: Highlights. Nova York: Nações Unidas; 2017 (http://www.un.org/en/development/desa/population/ publications/pdf/ageing/WPA2017_Highlights.pdf, consultado em 2 de abril de 2019).
[3] Atención integrada para personas mayores: Directrices sobre intervenciones a nivel comunitario para gestionar las pérdidas de capacidad intrínseca. Genebra: OMS; 2017 (https://www.who. int/ageing/publications/WHO-ALC-ICOPE_brochure_sp.pdf?ua=1, consultado em 2 de abril de 2019)
[4]Marco sobre servicios de salud integrados y centrados en la persona: Informe de la Secretaría. Genebra: OMS; sem data (A69/39; https://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/WHA69/ A69_39-sp.pdf, consultado em 2 de abril de 2019)
[5] American Geriatrics Society 2015 Beers Criteria Update Expert Panel. American Geriatrics Society 2015 updated Beers criteria for potentially inappropriate medication use in older adults. J Am Geriatr Soc. 2015;63(11):2227-46. doi: 10.1111/jgs.13702.
[6] Dispositivos y tecnologías de apoyo a las personas con discapacidad. Genebra: OMS; sem data (https://www.who.int/ disabilities/technology/es/, consultado em 1º de maio de 2019)
[7] Douglas SL, Daly BJ, Kelley CG, O’Toole E, Montenegro H. Impact of a disease management program upon caregivers of chronically critically ill patients. Chest. 2005;128(6):3925-36. doi: 10.1378/chest.128.6.3925.