Aline Albuquerque
O conceito de empatia clínica é formado a partir de três componentes: (a) compreensão da situação do paciente, seus sentimentos e perspectivas, reconhecendo as dificuldades de se colocar no lugar do paciente; (b) comunicação dessa compreensão, checando a sua acurácia; (c) atuação de acordo com esse entendimento, de forma que ajude o paciente.
Para tanto, os estudos sobre a temática apontam que os profissionais de saúde devem ter as seguintes condutas como norteadoras do cuidado empático: (a) adotar tempo suficiente para a entender a história do paciente; (b) conversar sobre assuntos gerais; (c) oferecer encorajamento; (d) dar sinais verbais de que o paciente está sendo compreendido (hmm, ahh, etc.); (e) estar fisicamente engajado (por meio da adoção de determinadas posturas, gestos, contato visual, toque apropriado e outros); (f) ser acolhedor durante a consulta, desde o seu começo até o final.
Portanto, há consenso na literatura especializada sobre o tema de que a empatia clínica é constituída por três componentes: (a) compreensão; (b) comunicação; (c) ação terapêutica com base no entendimento, após a verificação da sua acurácia.
A compreensão do profissional recai sobre as necessidades sociais, físicas e mentais do paciente, bem como acerca da sua perspectiva, notadamente quanto à visão do mundo a partir da perspectiva do paciente. A demonstração da compreensão implica a habilidade do profissional de compartilhar com o paciente o que ele apreendeu.
Um profissional que compreende o que se passa com o paciente, mas não o comunica, é visto como não empático. Esses momentos de comunicação compartilhada do entendimento são denominados de “potenciais oportunidades empáticas”, nos quais importa também a comunicação do paciente acerca do que é expresso pelo profissional para que se crie uma dinâmica relacional positiva entre ambos.
Por fim, tem-se o objetivo do profissional de adotar um comportamento tendente a ajudar o paciente
Em síntese, a empatia clínica é uma capacidade multidimensional que possui três dimensões, uma cognitiva, na qual o profissional entende a perspectiva do paciente, uma emocional, nessa o profissional se sintoniza com as emoções do paciente e outra, ativa, que envolve um atuar do profissional de forma terapêutica.