Empatia Clínica e Enfermagem

Atualizado em 10/05/2023
Por Aline Albuquerque

Empatia Clínica e Enfermagem

Atualizado em 10/05/2023
Por Aline Albuquerque

Empatia Clínica e Enfermagem

Aline Albuquerque


O profissional de enfermagem, na esfera dos cuidados de saúde, é aquele que está diariamente próximo do paciente, cuidando, escutando, interagindo e estabelecendo uma relação com potencial curativo inerente. Dada à conexão próxima entre o profissional de enfermagem e o paciente, é evidente que a empatia clínica é um elemento fundamental do cuidado de enfermagem.

A empatia clínica, que é a capacidade do profissional de saúde de compreender os estados mentais, emoções e situação do paciente, tem um papel central no estabelecimento de uma relação positiva entre profissionais de enfermagem-paciente.
Com efeito, o profissional de enfermagem têm a potencialidade singular de identificar oportunidades empáticas e responder às necessidades dos pacientes, o que pode ajudar os pacientes a aceitar e lidar com a sua condição.[1]

Nesse sentido, profissionais de enfermagem que demonstram compreensão em relação à experiência do paciente têm melhores relacionamentos, bem como a empatia do profissional pode fornecer uma habilidade mais aprimorada de cuidar dos pacientes. Assim, a empatia é tida como essencial da interação profissional de enfermagem-paciente e um indicador clínico importante para oferecer cuidados de enfermagem de qualidade.[2]

Evidências apontam que a empatia melhora o desempenho dos profissionais da enfermagem nas seguintes áreas: respeito pelo paciente; incentivo de comportamentos e de atitudes positivas; tomada de decisões éticas; obtenção de informações do paciente e acurácia na administração de medicamentos.[3]

Para exemplificar as interações entre empatia clínica e enfermagem, no caso da oncologia, evidências indicam que a habilidade da empatia clínica é necessária para enfermeiros oncológicos, na medida em que permite a compreensão e a validação das emoções dos pacientes, que são percebidas e expressas mais facilmente, sendo uma ferramenta importante para o alívio do sofrimento psicológico dos pacientes.[4]

O profissional de enfermagem em razão da própria natureza do seu trabalho cotidiano tem a oportunidade única de se conectar com o paciente, o que se, por um lado, pode lhe trazer custos, por outro, é uma vivência rica de emoções positivas, como a gratidão do paciente e de familiares, de senso de pertencimento e de sentido de vida.

[1] ROHANI, Camelia; KESBAKHI, Maryam Sedaghati; MOHTASHMI, Jamileh Mohtashami. Clinical empathy with cancer patients: a content analysis of oncology nurses’ perception. Patient Preference and Adherence, 2018.
[2] WU, Yijing. Empathy in nurse-patient interaction: a conversation analysis. BMC Nursing, v. 20, n. 18, 2021.
[3] NORWICH UNIVERSITY. Importance of Empathy in Nursing: 5 Patient Care Tips. Disponível em: https://online.norwich.edu/academic-programs/resources/empathy-in-nursing#:~:text=Empathy%20is%20seeing%2C%20understanding%2C%20and,%2C%20cognitive%2C%20and%20behavioral%20implications. Acesso em: 10 mai. 2023.
[4]ROHANI, Camelia; KESBAKHI, Maryam Sedaghati; MOHTASHMI, Jamileh Mohtashami. Clinical empathy with cancer patients: a content analysis of oncology nurses’ perception. Patient Preference and Adherence, 2018.

Empatia Clínica e Enfermagem

Aline Albuquerque, aqui no Blog.
Professora do Programa de Pós-Graduação em Bioética da Universidade de Brasília. Coordenadora do Observatório Direitos do Paciente da Universidade de Brasília. Pesquisadora Visitante na Universidade de Oxford. Pós-doutorado pela Universidade de Essex. Doutorado em Ciências da Saúde. Autora dos livros Bioética e Direitos Humanos, Direitos Humanos dos Pacientes e Capacidade Jurídica e Direitos Humanos. Membro da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente. Membro do Comitê Hospitalar de Bioética do Grupo Hospitalar Conceição e do Comitê Hospitalar de Bioética do Hospital de Apoio de Brasília. Membro do Redbioética da UNESCO.

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