Comunicação Empática na Saúde

Atualizado em 19/04/2022
Por Aline Albuquerque

Comunicação Empática na Saúde

Atualizado em 19/04/2022
Por Aline Albuquerque

Comunicação Empática na Saúde

Aline Albuquerque

A Comunicação em Saúde, particularmente, entre o profissional de saúde e os pacientes é um dos principais elementos do cuidado em saúde. A Comunicação em Saúde é essencial para desfechos clínicos positivos, a satisfação e o bem-estar do paciente. Ainda, grande parte das ações judiciais em face de médicos decorre de falhas na comunicação. A comunicação ineficaz nos cuidados de saúde concorre para atrasos no tratamento, erros de diagnóstico e de medicação[1] e outros incidentes de segurança do paciente. 

A comunicação emerge da combinação de formas (linguagem oral e escrita), podendo, ainda, ser verbal, não-verbal (gestos, mímica, postura, movimento, aparência) e paraverbal (atributos da voz que acompanham a palavra, como entonação, a inflexão da voz, tom, ritmo, fluxo). Ela pode ser influenciada por uma série de fatores: o grau de intimidade entre os envolvidos ou a proximidade espacial; os limites e a extensão do contato físico; o estilo amigável ou autoritário de comunicação; a troca de olhares; o volume e o ritmo das interações; e a dinâmica do autodesenvolvimento recíproco. [2] 

A empatia pode ser considerada um dos principais componentes da Comunicação em Saúde. Com efeito,  pesquisas apontam que a Comunicação Empática pode melhorar a precisão do diagnóstico, promover o cuidado centrado no paciente,  e melhorar uma série de resultados clínicos, desde a adesão ao tratamento até a segurança do paciente.[3] 

Segundo estudo de Howick et al, transmitir empatia e induzir expectativas positivas nas consultas de saúde reduzem consistentemente a dor e a ansiedade em uma pequena quantidade. As mensagens positivas transmitidas pelos profissionais de saúde também parecem melhorar alguns resultados físicos, como atividade brônquica em pacientes asmáticos e funcional em pacientes pós-operatórios. Alguns estudos também sugerem que a transmissão de mensagens positivas pode melhorar satisfação do paciente e qualidade de vida relacionada à saúde. Na condição mais comum (dor), o efeito das intervenções de empatia e expectativas foi equivalente a uma redução de 1 a 2 pontos na dor em uma Escala analógica visual de 10 pontos.[4]


[1] FORONDA, C;  MACWILLIAMS B;  MCARTHUR E. Interprofessional communication in healthcare: An integrative review. Nurse Education in Practice, 2016. [2] CHICHIREZ CM, PURCĂREA VL. Interpersonal communication in healthcare. Journal of Medicine and Life Vol. 11, Issue 2, April-June 2018, pp.119-122, [3] HOWICK, Jeremy et al. Effects of empathic and positive communication in healthcare consultations: a systematic review and meta-analysis. Journal of the Royal Society of Medicine; 2018, Vol. 111(7) 240–252 [4] HOWICK, Jeremy et al. Effects of empathic and positive communication in healthcare consultations: a systematic review and meta-analysis. Journal of the Royal Society of Medicine; 2018, Vol. 111(7) 240–252

Comunicação Empática na Saúde

Aline Albuquerque, aqui no Blog.
Professora do Programa de Pós-Graduação em Bioética da Universidade de Brasília. Coordenadora do Observatório Direitos do Paciente da Universidade de Brasília. Pesquisadora Visitante na Universidade de Oxford. Pós-doutorado pela Universidade de Essex. Doutorado em Ciências da Saúde. Autora dos livros Bioética e Direitos Humanos, Direitos Humanos dos Pacientes e Capacidade Jurídica e Direitos Humanos. Membro da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente. Membro do Comitê Hospitalar de Bioética do Grupo Hospitalar Conceição e do Comitê Hospitalar de Bioética do Hospital de Apoio de Brasília. Membro do Redbioética da UNESCO.

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