Quantas campanhas, quanta cor, quantas mudanças. Que bom!

Atualizado em 12/11/2023
Por Claudia Matias

Quantas campanhas, quanta cor, quantas mudanças. Que bom!

Atualizado em 12/11/2023
Por Claudia Matias

Quantas campanhas, quanta cor, quantas mudanças. Que bom!

Claudia Matias, novembro 2023.

Vivemos em um mundo de meses coloridos, alusivos aos temas para prevenção e conscientização sobre o que temos de mais precioso: nossa saúde, nossa vida! 

Tivemos recentemente inúmeras atividades e iniciativas sobre outubro rosa, movimento internacional, surgiu no início da década de 90 nos EUA para a conscientização sobre o controle do câncer de mama e estamos em pleno novembro azul, criado em 2003 na Austrália com alvo na prevenção do câncer de próstata. Em nosso país, as campanhas sobre promoção de saúde ganham espaço dia a dia com oportunidades para gerar reflexão sobre a importância de prevenção e detecção precoce de doenças, além de outros alertas que possam atingir o objetivo de preservar e promover a saúde e a vida. Em setembro, reparei (e achei muito interessante) vários transportes públicos com o adesivo do laço amarelo, escolhido como símbolo da luta contra o suicídio, campanha que surgiu por volta dos anos 90 nos EUA e já está entre nós, aqui no Brasil.

Percebo que gradativamente as campanhas ganham força em nossos meios de comunicação como TV, redes sociais, entre outros, como um ponto a mais para que as pessoas possam pensar sobre o assunto em questão. E quantos assuntos, não é mesmo?

Há vários anos, vi a crescente onda e esforços para fortalecer orientações através de campanhas sobre vacinação, exames preventivos e temos hoje os “meses coloridos”,  ganhando força não somente em esferas governamentais como em empresas de saúde e outras organizações e segmentos, alcançando assim, públicos internos de profissionais e a  sociedade como um todo, com maiores chances de informar sobre temas sensíveis com foco em prevenção e maiores possibilidades de cura frente à detecção precoce das doenças. 

Além disso, outros assuntos que em tempos remotos eram tabus, ganham visibilidade para que possamos tratar e somar esforços para prevenir comportamentos inseguros, valorizar e incentivar estilos de vida saudáveis e sensibilizar pessoas frente a problemas que outros à sua volta, possam estar atravessando.  

Uma rede de ajuda se amplia a partir das estratégias de campanhas de conscientização com foco em saúde, sob muitos aspectos e recursos para atingir e impactar crescentemente mais pessoas, com maior amplitude, interesse e reflexão. 

Entendo essas campanhas como valiosas oportunidades para capacitar as pessoas e promover o protagonismo do paciente em relação a sua participação em decisões sobre sua saúde. Vivemos momentos de mudança, uma “era da informação” e inúmeros desafios para avançar no fortalecimento de uma cultura de envolvimento e participação do paciente nos cuidados de sua saúde. 

“É tempo de uma revolução do paciente, não só porque terá o cuidado aos pacientes como objetivo, mas também porque os cidadãos – pessoas saudáveis, pacientes ainda não tão doentes para se mobilizarem – devem liderar o caminho”. Essa frase inspiradora, de Victor Montori, nos permite ampliar essa reflexão.  Ele é um médico peruano, nascido em 1970, que há muitos anos trabalha na Mayo Clinic, EUA, especialista em Endocrinologia, professor de Medicina e um pesquisador muito citado, com inúmeros trabalhos. Em 2016, fundou uma organização sem fins lucrativos chamada The Patient Revolution, com a missão de propor o verdadeiro cuidado para todos os pacientes. 

As campanhas de saúde envolvem muitas estratégias e inúmeras ações, reforça a possibilidade de impactar pessoas e vidas nos diversos segmentos da saúde e da sociedade. Segundo a OMS- Organização Mundial de Saúde, estudos e evidências demonstram que quando os pacientes são considerados parceiros em seus cuidados, ganhos significativos são obtidos em segurança, satisfação e resultados de saúde. Ao se tornarem membros ativos da equipe de saúde, os pacientes podem contribuir para a segurança de seus cuidados e do sistema de saúde como um todo.  

Ainda de acordo com a OMS, o engajamento de pacientes e familiares abarca três esferas: cuidado direto, desenho organizacional, e governança e política pública e consiste em um processo contínuo de construção das capacidades de pacientes, familiares, cuidadores, bem como prestadores de cuidados de saúde, para facilitar e apoiar o envolvimento ativo dos pacientes em seus próprios cuidados, a fim de melhorar a segurança, a qualidade e a centralidade do paciente em todos os campos relativos ao cuidado em saúde. 

Vivenciamos várias mudanças no mundo e no cenário da saúde, com evolução do conhecimento, era da informação e da experiência, muita tecnologia, aumento da expectativa média de vida, envelhecimento da população, com  inúmeras possibilidades de ampliar o foco para cuidar da pessoa e não da doença. As campanhas de saúde, nas suas muitas esferas, apoiam e fortalecem esse olhar e essa evolução ampliando caminhos de modo que o paciente tenha cada vez mais acesso a informação, com maior engajamento de seu cuidado e autocuidado. 

  • Engajamento do paciente e de familiares na segurança do paciente,  Editora Atena 2023; Albuquerque, Aline (Organizadora); Eler, Kalline (Organizadora).
  • La rebelión de los pacientes, Montori, Victor (Spanish Edition) eBook Kindle, 2020.
  • WHO WORLD HEALTH ORGANIZATION. World Patient Safety Day 2023: Engaging Patients for Patient Safety. Disponível em: https://www.who.int/news-room/events/detail/2023/09/17/default-calendar/world-patient-safety-day-2023–engaging-patients-for-patient-safety. Acesso em: 22 abr. 2023.

Quantas campanhas, quanta cor, quantas mudanças. Que bom!

Claudia Matias, aqui no Blog.

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